Pesquisar este blog

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ATENTADO A SELEÇÃO DE TOGO E A GUERRA CIVIL EM ANGOLA

O continente africano foi um dos principais palcos de disputas entre Estados Unidos e União Soviética no período da Guerra Fria. O ápice da disputa entre as duas nações aconteceu no momento em que os países africanos estavam conquistando suas respectivas independência. Assim, as duas potências mundiais, que polarizavam o mundo, passaram a interferir, diretamente na vida política, econômica e cultural da África. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética passaram a adotar políticas, de caráter diferenciado, mas tivessem, como resultado final o apoio dos países ao modelo de sociedade capitalista(Estados Unidos) ou ao modelo de sociedade socialista(União Soviética).

Nesse cenário de disputa, as duas nações poderosas estabeleceram políticas de apoio financeiro e militar as nações que o apoiassem. Isso significou que os Governos dos países aliados passaram a receber muito dinheiro, exportações e importações subsidiadas e armas para defesa de seus territórios. Assim, iniciou, em praticamente, todo mundo guerras civis, principalmente no continente africano. A disputa estava estabelecida.

A guerras foram espaços importantes, para a indústria de armas das nações capitalistas lucrarem muito. Como o discurso era a defesa do capitalismo, como pano de fundo, os Estados Unidos, juntamente, com as nações desenvolvidas capitalistas adotaram uma política de apoio aos países aliados e de combate aos países que adotaram o modelo socialista. Nesse cenário de guerras, as empresas multinacionais dessas mesmas nações se beneficiaram muito. Elas passaram a assumir o controle das riquezas minerais, metais preciosos, fontes de energia(petróleo, carvão, gás natural entre outras riquezas) e produtos agrícolas e pecuários que os países, considerados aliados, possuiam em seus territórios.

Já as nações que adotaram o socialismo como modelo de sociedade, houve uma forte investida militar para derrobar os governos a qualquer custo e instalar Ditaduras Militares capitalistas. A idéia que os Estados Unidos e as nações desenvolvidas aliadas queriam eram implantar ai o mesmo sitesma que implantaram nos países aliados. Assim, organizaram grupos armados, treinados pelo exército estadunidense, para combaterem os governos socialistas. Esses grupos, receberam muito dinheiro e armas para defenderem os interesses capitalistas, combatendo os governos socialistas.

Vale lembrar que os Estados Unidos a partir do discurso que estava combatendo o tráfico de drogas, estimulava atividades ilegais para arrumar dinheiro ilegal, afim de comprar armas para combater os movimentos e governos socialistas. Tal prática, podemos confirmar no escândalo Irâ-Contra onde a CIA mantinha acordo com narcotraficantes da Colômbia para a venda e contrabando de drogas. O dinheiro ilegal das drogas garantia a compra de armas do Irã para combater os Sandinistas na Nicarágua que lutavam para instalarem um governo socialista no país. Em todo mundo, onde havia governos ou grupos que lutavam pelo socialismo era combatidos pelos Estados Unidos e seus aliados.

Para entedermos o atentado ao ônibus da Seleção de Togo na Província de Cabinda em Angola será preciso compreendermos esse cenário político no qual o Continente Africano está envolvido. A disputa Estados (capitalista) X União Soviética (socialista) teve consequências no continente africano até os dias atuais. Situação como aconteceu em Angola acontece, ainda, em vários países africanos que possuem grupos armados, de oposição aos Governos. A guerra continua sendo um caminho que muitos países africanos, e um campo de muito lucro para a indústria de armas dos países desenvolvidos capitalistas.

Angola foi colonizada por Portugal no século XIX e conquistou sua independência em 1975. Nesse momento, o país adotou o socialismo como modelo de sociedade e teve forte reação dos Estados Unidos contrário a essa postura. Assim, foram organizados grupos paramilitares, treinados na Africa do Sul, principal Quartel General dos Estados Unidos no Continente Africano. Esses grupos lutavam para derrubar o Governo angolano e um dos principais palco dos conflitos foi a Província de Cabinda onde estar organizado a guerrilha da FLEC-Frente de Libertação do Estado de Cabinda. No ano 2000, o Governo de Angola fez um acordo de paz com esse grupo paramilitar que defende Cabinda com Estado Indpendente de Angola.

O fim da Guerra Fria no início da década de 1990 e consequente fim da União Soviética, levou Angola a adotar o capitalismo como novo modelo de sociedade. A partir desse momento, o país é praticamente, controlado pelas empresas multinacionais que passaram a ter o controle das duas principais riquezas do país: o petróleo o país é o segundo maior produtor mundial e o diamante que é o maior produtor da África Subsaariana. Vale lembrarmos que Cabinda possui 65% de todo petróleo angolano e, ainda hoje, é comum os confrontos armados entre os guerrilheiros do FLEC e os soldados angolanos.

No atentado ao ônibus da Seleção de Togo, o veículo da equipe foi metralhado, dois membros da comissão togolesa foram mortos e o goleiro reserva Kodjovi Obilalé encontra-se em estado grave. Em resposta ao atentado, o governo brasileiro emitiu nota criticando o ato terrorista. O Brasil, além de repudiar o uso da violência, deplora que atletas e eventos esportivos sejam utilizados como alvo para a promoção de objetivos políticos", diz o comunicado”. "O Governo brasileiro condena veementemente o atentado levado a cabo por separatistas do enclave de Cabinda, em Angola, contra o ônibus que transportava a seleção nacional de futebol do Togo.

Não vir a imprensa burguesa, capitalista, fazer qualquer tipo de avaliação histórica de quem são esses guerrilheiros? Como surgiram? e Quem os apoiovam? A tentativa da desenformação é muito bem trabalhada para esconder da população por que situações, como essa, acontecem. Mas caso fosse um grupo guerrilheiro que tivesse tido apoio da União Soviética, ai teríamos grandes reportagens para contar todo fato. Esperamos que, um dia, possamos ter, no Brasil, os Meios de Comunicações democratizados para que, independente dos interesses econômicos e políticos, a população conheça averdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário