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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

EXCLUSÃO SOCIAL EM SERGIPE, REALIDADE QUE NÃO MUDA.

O Brasil é considerado um país “em Desenvolvimento”. A expressão diz respeito a situação social e econômica na qual se encontra, pois apresenta elevado desenvolvimento econômico sem melhorias das condições de vida da população. O país possui grande industrialização e elevada produção agrícola, mas com forte controle, dessas riquezas, exercida pelas empresas multinacionais e pela burguesia política e econômica que as defendem e representam aqui dentro.

Esse processo de exclusão social no qual o país vive, é reflexo, também, do processo de colonização sofrido onde os portugueses roubaram(exploraram) centenas de milhares de toneladas de riquezas: pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, diamante etc. Mas de forma sábia, formaram uma burguesia nacional para dá continuidade ao processo exploratório, voltada para o exterior. Essa burguesia, que está no poder, até os dias atuais, mantém esse processo exploratório, não permitindo melhorias de vida para os mais pobres.

Nos processos eleitorais, a grande maioria dos eleitos são pessoas financiadas por grandes grupos empresariais para garantia a manutenção da situação econômica e social inalterada. Assim, também, é a realidade sergipana, vamos a alguns fatos:

O artigo é de José Cristian Góes, escrito no seu blog e publicado no Portal Infonet que merece nossa reflexão, indignação e análise. Pode ser pesquisado, diretamente, no endereço eletrônico:
http://www.infonet.com.br/josecristiangoes/ler.asp?id=89523&titulo=Cristian_Goes

Superação da miséria
José Cristian Góes

Os longos anos de dominação política e econômica em Sergipe produziram a riqueza para alguns poucos, a sedimentação de esquemas corruptos de meia dúzia de famílias no poder e principalmente o financiamento público das vidas privadas. A separação entre público e privado quase não existe e isso tem reflexo direto na distância lunar entre os mais ricos e os mais pobres em Sergipe.


O atual governo – comprometido até a medula com alianças políticas, econômicas e administrativas com setores que sempre dominaram Sergipe – não consegue ou é extremamente lento e tímido para imprimir o rompimento desse quadro que só produz injustiças e um desenvolvimento completamente falseado. Voltar ao passado jamais, mas ficar consolidando a nova direita também não é possível.


Um dos graves problemas que precisa ser superado é o grau de miserabilidade em comunidades em todos os cantos de Sergipe, seja na capital da “qualidade de vida” ou no mais distante povoado. Não é admissível que Sergipe tenha a maior renda per capita do Nordeste, uma das maiores do Brasil, mas ao mesmo tempo carregue quase metade de sua população vivendo na pobreza.


Os números são oficiais. Num estudo patrocinado pelo próprio Governo do Estado, de fevereiro de 2009, aparecem no menor estado da federação quase 30 mil crianças entre 5 e 15 anos que são obrigadas a trabalhar. Em Sergipe, o número de crianças e adolescentes fora da sala de aula é bem maior do que aquele que está matriculado.


Enquanto no Brasil a média de ocupação de jovens entre 15 e 17 anos que freqüenta a escola (ensino médio) é de quase 48%, aqui em Sergipe esse índice é de apenas 29%. Nossos jovens não estudam. Sergipe é o sétimo estado brasileiro em número de analfabetos. No município de Nossa Senhora Aparecida, metade da população é analfabeta. A “capital de qualidade de vida” carrega o vergonhoso índice de 10% de analfabetos.


A prova de que esse “desenvolvimento” de Sergipe é uma falácia e continua sem apresentar mudanças de rota é que o menor estado do Brasil é o campeão de número de indigentes. Os números apontam que temos 21,1% da população vivendo com menos de R$ 95 por mês. São mais de 430 pessoas nessa condição de indigência. É vergonhoso ainda ter um estado rico como Sergipe 46,6% da população em situação de pobreza, isto é, quase 1 milhão de pessoas que têm rendimento mensal inferior a R$ 190,00.


Mas ao mesmo tempo em que carregamos um contingente enorme de excluídos, entre 2002 e 2006, o PIB per capita anual de Sergipe (que faz a relação entre as riquezas produzidas e a sua população) passou de R$ 4,2 mil para R$ 4,5 mil por pessoa, um dos destaques positivos do Nordeste.


Resolve-se esses graves problemas da noite para o dia? Em um mandato de quatro anos? Em dois? Claro que não. Isso é um processo constante e lento, mas que precisa de ações fortes e determinadas de Estado que contrariam interesses políticos eleitorais imediatos e que talvez este governo não tenha vontade de contrariar. Uma pena.


E assim continuaremos a assistir ao espetáculo da propaganda eleitoral cotidiana, dos factóides montados para criar alguma sensação de “novo”, que até convencem a maioria, mas que, na prática, perpetuam um estado profundamente injusto. Até quando?

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