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terça-feira, 11 de maio de 2010

AFRICA DO SUL: COPA DO MUNDO, VIOLÊNCIA SEXUAL, AIDS, FOME, MISÉRIA E CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA.

O país que sediará Copa do Mundo a partir Junho de 2010, a África do Sul possui altos índices de violência sexual contra a mulher, elevados índices de pessoas portadoras do vírus da Aids e grandes desigualdades sociais.

A situação da Aids é tão grave no país que o Governo Sul-africano estará estimulando e distribuindo gratuitamente camisinha no período da Copa do Mundo. A contaminação pelo vírus HIV já pode ser considerado no continente africano como epidemia. Somente a África do Sul possui 17% de todos os infectados do mundo com o vírus da Aids, conforme informa o programa das Nações Unidas para o combate da Aids.

Como a compra dos coquetéis para combater o vírus da AIDS são muito elevados, os governos africanos não conseguem distribuí-los gratuitamente para a população, resultando numa situação de mortandade muito alta. Outro aspecto que permite o aumento de contaminados é o elevado índice de analfabetismo em todo continente.

Já em relação a desigualdade social, o país apresenta grande concentração de riquezas nas mãos de um pequeno grupo que sempre esteve no poder com apoio das grandes empresas multinacionais. Esse grupo transformou o país numa região muito rica com a maioria da população excluída dessas riquezas.

De todo território Sul-africano, apenas 11% pode ser utilizado para agricultura, entretanto mais de 70% dessa área são utilizadas para o cultivo de milho, trigo e cana-de-açúcar para exportação. Quando somamos com parte utilizada para a criação de gado, ou seja, praticamente não sobram terras cultiváveis para a agricultura familiar. Outro elemento da concentração de riqueza na África do Sul são as riquezas minerais do país: 69% das reservas mundiais de Platina; 56% das reservas de cromo; 24% das reservas mundiais de diamante; 82% das reservas de manganês; 35% da produção mundial de ouro entre outras riquezas.

A vitória eleitoral de Nelson Mandela em 1994 resultou em avanços na situação social da África do Sul: acesso da população pobre a água tratada, acesso a energia elétrica e aprovação da lei de Igualdade no Trabalho. Entretanto, os brancos que tem o controle das riquezas do país reagiram duramente com as tentativas do Governo em promover políticas de distribuição de riqueza. Para que possamos ter igualdade no país é necessário mudar a realidade onde a miséria afeta boa parte da população negra, os índices de criminalidade são elevados e o índice de desemprego chega a faixa de 40% da população.

O machismo é outro grave problema do país, sendo muito forte entre os sul-africanos.
Tal situação provoca altos índices de violência contra as mulheres. O maior desafio está em combater a violência dentro dos mais variados ambientes e em todas as possibilidades de manifestação: seja física, emocional, psicológica. O país possui altos índices de violência sexual – cerca de 150 mulheres são violentadas diariamente, segundo os dados do Instituto Sul-Africano para Relações Raciais.

Diante todas essas questões sociais para resolver, o país gastou milhões em reforma de Estádios de Futebol e infra estrutura urbana para receber turistas e jogadores da copa. A Copa do Mundo de 2010 será o maior evento esportivo que a África já acolheu. O país estará no centro das atenções. Mas existem alguns obstáculos: pode este grande evento alegrar os 5 milhões de infectados pela AIDS e 1,2 milhões de órfãos por causa da pandemia deste vírus?. Assim como foi na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, a proximidade do evento faz a polêmica questão da descriminalização da prostituição ser pautada no país-sede.

Com a maior parte do público masculino, a realização dos jogos da Copa do Mundo é comumente associada ao aumento do turismo sexual. Na Alemanha, quatro anos antes da realização dos jogos, a indústria do sexo foi legalizada. A África do Sul espera que ao menos 450 mil turistas visitem o país motivados pelo evento esportivo. Enquanto o evento não chega, as opiniões sobre a legalização da prostituição se enfrentam. Mas é preciso, também, um amplo debate no país de como distribuir tanta riqueza para os excluídos que não terão nada a comemorar nos jogos da Copa do Mundo.

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