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sábado, 31 de julho de 2010

INDÚSTRIA DO PETRÓLEO E OS CRIMES AMBIENTAIS GLOBALIZADOS

O desastre ambiental no Golfo do México, com derramamento no oceano de toneladas de petróleo, tem mostrado a real situação da indústria de petróleo no mundo. Em nome do lucro vale tudo: destruição ambiental, poluição dos oceanos, dos rios, desmatamento etc. Os derramamentos de petróleo são exemplos de como a negligência dessas empresas tem levado o mundo à destruição.

Mas em nenhuma região do mundo tem sido tão devastada por catástrofes ambientais causadas por empresas petrolíferas como o Delta do Níger, onde milhões de pessoas vivem em condições infernais. Desde 1970, quando iniciaram a exploração de petróleo na região, foram registrados mais de 7.000 derrames de petróleo no Delta do Níger. As petrolíferas que exploram as jazidas não se preocupam em investir na manutenção dos oleodutos e outras infraestruturas e os acidentes são comuns. O povo da Nigéria está assim condenado a viver num ambiente altamente poluído, para que multinacionais como a Shell, a Chevron e a Exxon possam usufruir de lucros milionários.

Um dos casos mais gritantes do desrespeito pela lei é o da queima de gases descartados. A exploração de petróleo liberta gases sem valor comercial, que devem ser eliminados de forma segura. Na Nigéria, contudo, as petrolíferas optam por queimar estes gases, um procedimento que resulta em elevados níveis de poluição atmosférica. A prática é ilegal mas as multas são tão irrisórias face aos lucros das petrolíferas que o crime compensa.

Estes crimes ambientais estiveram na origem da revolta do povo Ogoni, particularmente afetado pela poluição, nos anos 1990. O Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (MOSOP) fez estremecer as fundações da ditadura militar nigeriana, que se aliou a Shell para reprimir a rebelião e instalar um movimento de extermínio da população no país.

Em 1994, quatro chefes tribais Ogoni que colaboravam com o governo foram assassinados. A resposta do governo foi imediata: os líderes do MOSOP foram presos e executados, na sequência de um julgamento fantoche. A maior parte dos advogados de defesa demitiu-se em resposta à manipulação do tribunal pelo governo e, uns anos mais tarde, muitas das testemunhas de acusação confessaram que tinham sido compradas pelo governo nigeriano e pela Shell. Em Junho de 2009, a Shell seria julgada nos EUA por crimes contra a humanidade, tendo acordado o pagamento de 15,5 milhões de dólares às famílias dos ativistas assassinados.

Situações como essas mostram como funciona o jogo sujo da indústria petrolífera. Entretanto, com a tecnologia atual já era tempo de acabarmos com o uso do petróleo como fonte de energia, podendo ser substituído por fontes de energia alternativas como: energia solar, eólica e hidrogênio(água). Os meios de transportes movidos, atualmente a petróleo, poderiam ser movidos a eletricidade e hidrogênio (água), por exemplo. A influência da indústria de petróleo tem impedido isso. O resultado é a poluição, o aquecimento global, as doenças respiratórias, o buraco na camada de ozônio entre outros problemas.

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