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domingo, 7 de novembro de 2010

Eleições 2010 e racismo no Brasil

As eleições 2010 foram emblemáticas quanto à evidência do comportamento racista na sociedade brasileira. Pudemos ver o racismo manifesta-se de diversas maneiras, mas o preconceito de gênero e regional foram muito forte. Isso pelo fato de termos, pela primeira vez uma mulher candidata e com condições reais de ganhar as eleições, bem como a região nordeste sendo decisiva no processo eleitoral. Assim, os sentimentos conservadores, reacionários e neonazistas evidenciaram o quanto somos ainda racistas, apesar da existência de legislação que condene tais práticas.

O caso mais recente é da estudante de direito de São Paulo Mayara Petruso que
após a confirmação pelo TSE-Tribunal Superior Eleitoral da vitória eleitoral de Dilma Rousseff com ampla vantagem no Nordeste de 10,7 milhões de votos a mais sobre o tucano José Serra Mayara publicou a seguinte frase no Twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!".

As reações contrárias foram imediatas na internet, fato que motivou a OAB de Pernambuco a entrar com ação pedindo ao Ministério Público Federal que ofereça denúncia contra a jovem por crime de racismo. Mas o que chama atenção no caso foi a multiplicação de outras mensagens publicadas na internet com conteúdos semelhantes aos publicados por Mayara.

Também na internet, jovens que se dizem universitários divulgaram meses atrás o manifesto "São Paulo para os paulistas", que condena a migração de nordestinos. A bandeira: defender a cultura paulista contra quem "inunda nosso Estado".

Advogado em São Sebastião (SP), André Colli publicou no domingo 31 de outubro mensagem comparando nordestinos a "porcos imundos", por, segundo ele, devastarem reservas florestais de sua cidade.

Até o Jornal Folha de São de Paulo entrou na onde neonazista e disse que escreveu a mensagem por achar que os nordestinos favorecidos pelo Bolsa Família "não precisam nem trabalhar, ficam em casa fazendo filhos para manter o benefício".

A onda neonazista tem sido comum nos países desenvolvidos onde o crescimento do desemprego tem levado jovens a colocarem a culpa pelo desastre social promovido pelas políticas neoliberais nos imigrantes. Os fortes investimentos em tecnologia, associado a ausência de políticas públicas de estímulo a geração de emprego, está levando as nações ricas a crises sociais sem precedentes.

Assim, tentam colocar a culpa por esses problemas nos povos imigrantes em vez de responsabilizar os gestores públicos e as grandes multinacionais que controlam as economias nacionais. No caso brasileiro, o cenário é muito parecido.

Essas mensagens postadas na internet mostram como pensam os defensores da filosofia neonazistas. A intolerância, o ódio e o desrespeito acabam se transformando em modo de vida. Combater esse tipo de comportamento é preciso. Somente através de um projeto nacional contra o ódio racial poderemos construir um país livre do racismo. Assim é necessário parceria entre os governos federal, estaduais e municipais, que promova o acesso dos jovens as culturas regionais, bem o conhecimento das potencialidades de cada região.

Mudar, por exemplo, a padronização dos livros didáticos, poderá ser um primeiro passo. Esses materiais produzidos a partir de uma visão sulistas, também, acabam não contextualizando a realidade das outras regiões brasileira. Também, é necessário punir aqueles que insistem em cometer crimes tão infantis, mas muito graves, pois estimula o ódio entre irmãos e,portanto, precisa ser condenado. Não podemos aceitar a divisão em vez da união entre o povo brasileiro.

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