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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Tigres Asiáticos: Crescimento Econômico sem Distribuição de Renda

Os países chamados de Tigres Asiáticos estão localizados na parte Sudeste da Ásia, região estratégica que sempre dispertaram interesses das grandes potências mundiais. Cingapura, Coréia do Sul, Taiwan e Hong Kong são os primeiros países a recebem a denominação de Tigres a partir de 1980. Esse termos é resultado do acelerado processo de modernização econômica centrado na industrialização promovida por empresas multinacionais (montadoras) e na exportação de produtos industrializados. Em 1990, surge outras nações, na mesma região, chamados de Novos Tigres Asiáticos: Malásia, Tailândia, Indonésia, Vietnã e Filipinas.

Laos, Camboja, Brunei, Mianma e Timor Leste são países do Sudeste na Asiático que não são considerados Tigres em função da frágil economia centrada na extração (petróleo, gás natural) na agricultura (arroz).

A rizicultura (cultivo de arroz) é a principal atividade agricola dos países do Sudeste Asiático. Essa característica agrícola é resultado da presença do Clima de Moções, considerado o clima mais chuvoso da terra (chuvas intensas no verão e secas no inverno). Além do arroz, destaca-se, também, o cultivo da cana-de-açúcar, café, coco e abacaxi.

Entretanto, a industrialização é a principal atividade econômica atual dos Tigres. Destaca-se a produção de produtos eletrônicos, computadores, automóveis, construção naval, produtos têxteis e petroquímicos.

A disputa Estados Unidos (capitalista) X União Soviética (socialista) foi um dos principais fatores que estimularam esse desenvolvimento. O período da Guerra Fria geraram preocupações dos Estados Unidos em investir nessas nações diante da ameaça socialista em função da proximidade geográfica da China e da Coréia do Norte, países até hoje socialistas. O crescimento econômico e tecnológico do Japão com apoio financeiro dos Estados Unidos resultou na expansão mundial das empresas japonesas que passaram investir em outros países. Foram os Tigres Asiáticos os países que mais receberam esses investimentos de multinacionais japonesas e estadunidenses.

Alguns fatores contribuiram para atrairem investimentos das grandes empresas multinacionais para os Tigres Asiáticos: posição estratégica em relação aos países socialistas; presença de governos autoritários que impediam a organização dos trabalhadores em sindicatos; superexploração da força de trabalho com mão-de-obra barata; inexistência de maior parte dos direitos trabalhistas conhecidos no Ocidente; inserção de impostos; possibilidade de promoverem destruição ambiental sem qualquer tipo de punição; matéria-prima abundante; e concentração de riquezas com poucos grupos empresariais controlando diferentes setores da economia. Além das empresas disporem de privilégio alfandegários para exportar produtos para Estados Unidos e Japão.

Entretanto, a explosão econômica não causou melhoras no nível de vida da população. Isso aconteceu devido a tendência econômica desses países que tiveram produção para atender o mercado externo do que para beneficiar a população. O número de analfabetos é elevado. Já a mortalidade infantil está diminuindo em função da política rencente de saneamento básico e acesso da população a água tratada, mas Tailândia, Filipinas, Indonésia e Vietnã apresentam ainda elevados índices de mortalidade infantil.

Nos últimos anos as empresas estão mudando-se para a China atraídas pelos custos trabalhistas mais baixos e por um mercado consumidor imenso. Os anos de rápido crescimento provocaram aumento nos salários e perda de competitividade. Por conta disso, a China entra no páreo, já que ali os salários são ainda menores, e consegue arrebatar boa parte do mercado de seus vizinhos. Outro problema para os Tigres é o rápido crescimento dos empréstimos externos (elevada dívida externa) e a especulação imobiliária, o que compromete a atividade bancária e repercute negativamente na economia. Para os próximos anos espera-se que os países tenham crescimento bem inferior ao alcançado nas últimas décadas. A Tailândia, por exemplo, registrou crescimento próximo de zero em 1998.

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