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domingo, 30 de outubro de 2011

Combater a corrupção é combater o capitalismo

Assim como os corruptos e os corruptores, o quarto poder é uma das peças dessa engrenagem que movimentam a corrupção em nosso país.

Intelectuais ouvidos pela revista Caros Amigos defendem que a esquerda precisa assumir essa luta, que tem sido apropriada por setores conservadores de forma oportunista e distorcida. Leia a matéria de autoria de Lúcia Rodrigues:

A corrupção virou tema recorrente nos noticiários da dita grande mídia nos últimos meses. Todos os veículos se esforçam para fazer crer que realmente combatem essa chaga que se espalhou pela sociedade e que são os verdadeiros paladinos da ética. Seria cômico se não fosse trágico.

Assim como os corruptos e os corruptores, o quarto poder é uma das peças dessa engrenagem que movimentam a corrupção em nosso país. A corrupção é endêmica ao capitalismo, um não vive sem o outro. E como os donos da grande mídia não propõem uma ruptura com o sistema, conclui-se que o discurso propagandeado em defesa da ética é falso, oco, vazio.
Por isso, o discurso dos comentaristas e o noticiário em geral têm sempre um enfoque moralista, conservador e não revela o que, de fato, está por trás e motiva a corrupção.

Caros Amigos sai da vala comum e leva ao leitor uma visão que realmente explique qual é o elemento causal e irradiador da corrupção que se alastra na sociedade brasileira. Para isso, entrevistou o cientista político Francisco Fonseca, professor do curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, o juiz José Henrique Rodrigues Torres, presidente do Conselho Executivo da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD), o historiador Osvaldo Coggiola, professor de História Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), e o dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores, Valter Pomar.

Fonte: http://www.infonet.com.br/claudionunes/ler.asp?id=120200&pagina=1

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Apologia a homofobia e lesbofobia: quando a religião se confunde com racismo


Ser uma mulher lésbica ou um homem homossexual é uma das formas de orientação, expressão e identidade sexual e um direito sexual. Portanto, um Direito Humano de todas as mulheres e homens de serem diferentes. A Lesbofobia e a homofobia são manifestações de violência, frente a um modo de comportamento sexual, considerado “diferente”, são todas as formas de opressão sofrida por mulheres e homens que se relacionam afetivamente e sexualmente com outra mulher e/ou outro homem.

Infelizmente, a violência contra lésbicas, bissexuais, gays, transgêneros, transexuais tem se tornado “natural” na sociedade com preconceitos reprováveis e inaceitáveis. Os principais preconceitos existentes são: Lesbofobia, Homofobia (o medo, a aversão ou o ódio irracional aos homossexuais), Racismo e Machismo.

O artigo 5º da constituição federal nos incisos: VIII, X, XLI, XLII tornam qualquer forma de discriminação, prática de violência seja ela física, psicológica, cultural e verbal ou manifestação de caráter preconceituoso contra pessoas por motivos derivados de sua orientação sexual e de gênero feminino e masculino ato ilícito, devendo ser combatido e punido na forma desta lei.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
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XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
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XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

Mesmo a legislação brasileira condenando o racismo, o preconceito lesbofóbico e homofóbico tem aumento fruto da recente decisão da justiça brasileira de legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nessa terça-feira (25/10), o Superior Tribunal de Justiça autorizou, pela primeira vez, que casal do mesmo sexo se case no papel. Em maio, o Supremo Tribunal Federal já tinha reconhecido a união estável entre pessoas do mesmo sexo. A importância da decisão acontece pela vitória dos cidadãos brasileiros que vivem com pessoas do mesmo sexo de casarem-se no papel com direito de mudar o estado civil de solteiro para casado, adotar o sobrenome do(a) parceiro(a) e ter direito a herança do cônjuge.

A decisão acentuou, ainda mais, a onda de preconceito nos cultos religiosos, programas de televisão e rádios evangélicos, inclusive na internet, com atitude discriminatória que fere o estabelecido no art. 5º da constituição, do tipo: “odiamos o pecado, mas amamos o pecador”, “olha, nós te amamos, mas se você é gay ou lésbica é uma abominação e vai para o tacho do capeta”, “não sou eu quem diz, é deus”, “Isso não é coisa de Deus”.......

Como, no Brasil, racismo é crime, muitos estão escondendo-se na religião como álibis para despejar afirmações preconceituosas e permanecer impune. Nos cultos, na televisão, no rádio e na internet a homofobia e lesbofobia tem se acentuado e mesmo aqueles que não são preconceituosos, acabam se tornando a partir de versões bíblicas nazi-facista.

Entretanto, Segundo os ensinamentos bíblicos o racismo é pecado. A Bíblia diz em Gálatas 3:28 “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.”. O livro sagrado dos cristãos ainda revela em Tiago 2:8-9 “Todavia, se estais cumprindo a lei real segundo a escritura: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem. Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores.” Ainda em Atos dos Apóstolos Lucas diz que todos os homens têm o mesmo sangue: Atos 17:26 “E de um só fez todas as raças dos homens, para habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação.” Ainda em Atos dos Apóstolos o profeta fala em 10:34-35 “Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica o que é justo.”

As ações preconceituosas escondidas na “liberdade religiosa”, existente no Brasil, é um crime segundo a legislação brasileira e um pecado segundo a Bíblia. O preconceito aprofunda-se a partir de palavras de pastores e padres que não percebem a gravidade que cometem: tratando os iguais como diferentes e até como marginais. Diante desses absurdos, vivemos hoje em uma sociedade onde o pior xingamento é chamar alguém de “viado ou sapatão”. As pessoas preferem ser chamado de bandido, corrupto ou ladrão do que “viado ou sapatão”.

O grave disso é que as pessoas batem palma para o racismo. E ainda por trás de todas as movimentações políticas contra a liberdade e o preconceito aos homossexuais e lésbicas, está a bancada evangélica: deputados estaduais, federais e senadores que são nazi-facista que se esconde na imunidade parlamentar com afirmações públicas homofóbicas e lesbofóbicas.

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria, proveu recurso de duas mulheres que pediam para ser habilitadas ao casamento civil. Seguindo o voto do relator, ministro Luis Felipe Salomão, a Turma concluiu que a dignidade da pessoa humana, consagrada pela Constituição, não é aumentada nem diminuída em razão do uso da sexualidade, e que a orientação sexual não pode servir de pretexto para excluir famílias da proteção jurídica representada pelo casamento.

O julgamento estava interrompido devido ao pedido de vista do ministro Marco Buzzi. Na sessão desta terça-feira (25/10), o ministro acompanhou o voto do relator, que reconheceu a possibilidade de habilitação de pessoas do mesmo sexo para o casamento civil. Para o relator, o legislador poderia, se quisesse, ter utilizado expressão restritiva, de modo que o casamento entre pessoas do mesmo sexo ficasse definitivamente excluído da abrangência legal, o que não ocorreu.

Em seu voto-vista, o ministro Marco Buzzi destacou que a união homoafetiva é reconhecida como família. Se o fundamento de existência das normas de família consiste precisamente em gerar proteção jurídica ao núcleo familiar, e se o casamento é o principal instrumento para essa opção, seria despropositado concluir que esse elemento não pode alcançar os casais homoafetivos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

“Ana Lúcia é muito competitiva”, diz Silvio Santos


Valter Lima 18/10/2011 – em http://www.infonet.com.br/valterlima/ler.asp?id=119730&pagina=1

Presidente do PT avalia Ana Lúcia como candidata forte

O vice-prefeito de Aracaju, secretário municipal de Saúde e presidente estadual do PT, Silvio Santos, comentou ontem a entrada da deputada estadual Ana Lúcia na disputa pela indicação do partido para a candidatura a prefeitura de Aracaju.

Para Silvio, Ana “é um bom nome”. De acordo com ele, que também pleiteia esta mesma indicação do PT, a deputada é “muito competitiva”. Além dos dois, o deputado federal Rogério Carvalho também é pré-candidato do PT à disputa eleitoral da capital.

Os três devem participar de prévias dentro do partido para escolha daquele que será candidato a prefeito de Aracaju.

Lançada como pré-candidata ontem, em entrevista exclusiva concedida a este jornalista (e publicada no Cinform), Ana Lúcia espera contar com o apoio da sociedade para pressionar o PT em lançá-la na disputa do próximo ano, na capital.

O que a deputada espera é que seu nome cresça nas pesquisas e isso seja posto no partido como argumento de que sua candidatura terá mais força do que a de Silvio e Rogério, que aparecem em todas as sondagens feitas até hoje com índices baixos.

Presidente do PT, Silvio Santos diz que se o critério para escolha for o bom desempenho nas pesquisas e a densidade eleitoral do candidato, “Ana é forte”, pois ela é “boa de voto”.
Ainda não se sabe que “estrago” a candidatura da petista pode causar nos demais projetos postos até o momento. Mas até o final deste mês, pesquisas de opinião poderão expor qual o sentimento da população diante do nome de Ana Lúcia.

Além disso, existe um outro ponto importantíssimo: qual será o posicionamento do governador Marcelo Déda (PT). Ele retorna de viagem esta semana da Itália e em breve deve iniciar o debate dentro do PT para definir os rumos do partido para 2012.

“Ganha Aracaju”
O ex-deputado federal e ex-petista João Fontes comentou ontem a pré-candidatura de Ana Lúcia, via Twitter. “Ana Lúcia candidata a prefeita? Ganha Aracaju”, disse. Filiado ao PV, João Fontes defendeu nos últimos meses a formação de um grupo de esquerda para a disputa de 2012 em Aracaju, contando com a participação de Ana Lúcia, Iran Barbosa e Henri Clay Andrade. Não passou de um desejo.

domingo, 16 de outubro de 2011

Máfia do lixo hospitalar Brasil/Estados Unidos é desmantelada pela Receita Federal do Brasil


Mais uma ação da Receita Federal do Brasil apreendeu nesta terça-feira (11/10), no porto de Suape (PE), contêineres carregado com lixo hospitalar. A carga veio dos Estados Unidos identificada como "tecidos com defeito" e seria levada a Santa Cruz do Capibaribe, município do Agreste pernambucano, conhecido pela grande produção de roupas. Os contêineres traziam lençóis sujos de sangues, luvas cirúrgicas usadas, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas, roupas de bebês, máscaras, gazes, além de seringas, drenos e outros objetos. Foi o segundo carregamento do tipo apreendido no porto nos últimos três dias. No total, cerca de 45 toneladas de lixo hospitalar estão apreendidos no local.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi acionada para analisar o material. Há possibilidade das empresas envolvidas no negócio serem multadas e obrigadas a levar de volta o lixo trazido ao Brasil, como já ocorreu em 2009, quando a Justiça Federal do Brasil recorreu à Convenção de Basileia, da qual o Brasil é signatário, para sustentar que o país tinha o direito de devolver à Inglaterra os 41 contêineres com lixo tóxico apreendidos no Porto de Santos (SP). A importação de materiais considerados de risco para a saúde pública é proibida no Brasil.

Resíduos de serviços de saúde, mais comumente denominados lixo hospitalar, são os rejeitos resultantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, não só gerados em hospitais, mas também em clínicas, laboratórios, consultórios odontológicos e veterinários, farmácias, postos de saúde e outros similares que, por suas características oferecem risco de contaminação e, por isso, necessitam de processos de manejo, exigindo tratamento prévio ao seu destino final.

A operação de descarte do lixo hospitalar custa cerca de seis vezes mais do que a praticada em relação ao lixo comum. Assim é necessário o acompanhamento atencioso dos órgãos de Vigilância Sanitária dada a sua potencialidade para a transmissão de doenças, o lixo hospitalar merece um cuidado todo especial no momento do descarte. Segundo a Resolução do CONAMA nº 385/05 Conselho Nacional do Meio Ambiente, cabe aos geradores do lixo hospitalar e ao responsável legal o gerenciamento dos resíduos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública.

Em relação ao nome da empresa importadora do lixo hospitalar dos Estados Unidos para o Brasil continua em sigilo, mas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já confirmou se tratar de uma empresa têxtil de Santa Cruz do Capibaribe. Lá os tecidos, vindos dos Estados Unidos, são vendidos por quilo em uma das principais vias da cidade. O jornal Folha de São Paulo comprou nove peças (4 kg) na loja Império do Forro de Bolso e parte delas tinha manchas de sangues e referências e unidades de saúde dos EUA, como Baltimore Washington Center ou Medline Industries Inc. Segundo o Jornal, os tecidos são amontoados no chão e vendidos a R$ 10 o quilo. Funcionários alegaram problemas no sistema para não fornecer nota fiscal ou recibo aos repórteres. Pela legislação brasileira, tecidos de hospital só podem ser reaproveitados após rigorosa desinfecção.

O inspetor chefe da alfândega da Receita Federal em Suape, Carlos Eduardo Oliveira, disse à imprensa que essa empresa têxtil, responsável pela importação do lixo hospitalar, já havia trazido outros seis carregamentos neste ano, também dos Estados Unidos, sem que as cargas fossem vistoriadas. As cargas foram embarcadas no porto de Charleston, na Carolina do Sul (EUA), e chegaram a Suape em datas diferentes. O inspetor confirmou que as autoridades envolvidas no caso (Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal, além do Ibama) investigam se mais seis contêineres que a empresa já havia recebido da mesma exportadora estadunidenses também continham lixo hospitalar.

Parabéns a Receita Federal do Brasil!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Lei garante Aviso Prévio de 30 até 90 dias para os trabalhadores demitidos


A lei do Aviso Prévio agora é real. Ela é resultado de uma luta histórica do movimento sindical brasileiro, o projeto de lei 3.941 de 1989 foi aprovado no Senado naquele ano. Entretanto, ficou engavetado na Câmara dos Deputados até o dia 21 de setembro de 2011 quando foi aprovado pelos parlamentares. O projeto aumenta dos atuais 30 dias para até 90 dias o aviso prévio que o empregador deve conceder ao trabalhador no caso de demissão. Nessa terça, 11 de outubro de 2011, foi sancionado, sem vetos, pela Presidenta Dilma e entrará em vigor na quinta 13 de outubro com a consequente publicação no Diário Oficial da União.

A nova lei regulamenta o disposto no inciso XXI do art. 7º da Constituição Federal de 1988 que dispõe sobre o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço do trabalhador. Pelo texto constitucional, o aviso prévio deve ser pago ao trabalhador, em caso de demissão, proporcional ao tempo de serviço, sendo garantido o mínimo de trinta dias. O grande problema é que os patrões nunca pagaram a mais, o pagamento foi sempre o mínino. A lei do Aviso Prévio vem no sentido de regulamentar à matéria e corrigir essa dívida histórica do Estado brasileiro com os trabalhadores que constroem a riqueza do país.

De acordo com o texto, para os trabalhadores que tiverem até um ano de trabalho na mesma empresa, o aviso prévio será de 30 dias. A esse período, deverão ser acrescentados três dias para cada ano de serviço prestado na mesma empresa, limitados a 60 (equivalente a 20 anos de trabalho). Isso significa que o trabalhador com 20 anos de trabalho na mesma empresa, caso demitido, tem direito a 90 dias de aviso prévio (30 dias referente aos 12 primeiros meses mais 60 dos outros 20 anos de trabalho). Portanto, a nova lei determina que seja mantido o prazo atual mínimo de 30 dias de aviso prévio, com o acréscimo de três dias por ano trabalhado, chegando ao limite máximo de 90 dias com 20 anos trabalhados na mesma empresa.

Segundo a Casa Civil da Presidência da República, a lei não é retroativa, ou seja, somente tem validade para os trabalhadores demitidos a partir de 13 de outubro de 2011, quando a lei será publicada. Entretanto, os trabalhadores que já estão no mercado de trabalho poderão usufruir desse benefício. Vale tanto para o trabalhador que for demitido como para aquele que pedir demissão. Assim, o novo prazo de aviso prévio vale para demissões que ocorrerem a partir da publicação da lei no DO e não retroage para quem pediu demissão ou foi demitido antes da vigência da nova regra, nem mesmo para quem estiver cumprindo aviso prévio quando a norma for publicada.

Entretanto, nada impede que os trabalhadores que já foram demitidos antes do dia 13 de outubro entrem na Justiça pedindo a aplicação da lei. A Justiça do Trabalho permite reclamações em até dois anos após a dispensa. Portanto, os trabalhadores demitidos com um prazo de até 02 da publicação da lei poderão acionar a Justiça do Trabalho para valer seus direitos.

Vale ressaltar que o Projeto de Lei do Aviso Prévio somente entrou na pauta de votações da Câmara dos Deputados, depois de 22 anos engavetado, após pressão do Judiciário, que ameaçou legislar no lugar do Congresso. Com o temor que isso ocorresse, os parlamentares entraram em acordo com empresários e centrais sindicais em torno da proposta. No fim de junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) já havia decidido que essa indenização deveria ser proporcional ao tempo de serviço. A decisão do Supremo, provocada pelo questionamento de quatro trabalhadores da Empresa de mineração Vale, foi tomada com base no inciso XXI do artigo 7º da Constituição. Portanto, ainda não é possível saber se a entrada em vigor desta nova lei irá extinguir a discussão pelo Supremo.

sábado, 8 de outubro de 2011

Steve Jobs e as empresas Apple: iPad, iPhone, iPod, trabalho escravo e trabalho infantil


Morreu aos 56 anos de idade de Steve Jobs, fundador junto com o amigo Steve Wozniak, de uma das empresas mais importantes das últimas décadas, a Apple. A morte de Jobs fez os meios de comunicações e as redes sociais encherem Jobs de elogios: visionário, gênio, comunicador e estudioso etc. Os produtos criados por Jobs mudaram a forma que as pessoas tinham de interagir com o mundo ao seu redor.

Na década de 1980 criou o Apple II, um computador pessoal realmente usável, simples, que não requeria conhecimento de eletrônica e informática. Além deste, como se já não fosse suficiente, inventou gadgets revolucionários como o iPad, o iPhone e o iPod. Cada um, à sua maneira, transformou o mercado, ditou tendências, criou nichos e necessidades. Sem falar em programas como o iTunes.

Essas inovações da empresa de Jobs o coloca como um dos maiores empresários da história. Em décadas ainda estaremos ouvindo falar dele, de como suas invenções foram revolucionárias, como transformaram o mundo. Sua genialidade e criatividade ainda serão pauta de livros de administração e os casos estudados em salas de aula mundo afora.

Entretanto, contraditoriamente as inovações tecnológicas da Apple, essa empresa mantém seus trabalhadores submetidos a jornadas de trabalho que lembram escravidão. Não são raros os suicídios na fábrica chinesa que produz estes caros e exclusivos gadgets. Reportagens abundam sobre as condições de vida e de trabalho desses funcionários, que, não raro, passam o dia em completo silêncio por falta do que falar. Sem vida cotidiana, sem assunto, sem conversa, sem interação com o colega. Quanta ironia! Os produtos que trouxeram mais interação são fabricados por aqueles que não têm um centímetro de vida social. Política da empresa, para aumentar a produtividade e, evidentemente, gerar mais lucros. Há dois anos, a companhia foi denunciada por manter operários trabalhando mais de 70 horas por semana.

A Apple, também, está sendo acusada por organizações que monitoram a exploração de trabalho infantil no mundo de explorar jovens com menos de 16 anos em pelo menos três fábricas que mantém na Ásia. As primeiras denúncias foram feitas pela China Labor Watch (CLW), uma organização com sede em Nova York que monitora o respeito aos direitos humanos na China. De acordo com a CLW, ao menos 62 trabalhadores adultos de uma integradora chinesa que fornece produtos para a Apple e Nokia foram flagrados trabalhando em condições desumanas e em ambiente rico em N-hexano, uma substância tóxica capaz, entre outras coisas, de causar degeneração muscular nos operários. De acordo com o jornal inglês Daily Telegraph, a Apple admitiu a ocorrência de trabalho infantil e pediu um relatório para identificar como isto ocorreu.

Na Ásia, a companhia mantém fábricas em Taiwan, China, Cingapura, Filipinas, Malásia e Tailândia. A empresa tem fábricas, também, na República Checa e Estados Unidos

Portanto, é preciso que os consumidores lembrem ao comprarem um produto da Apple dos milhares de trabalhadores asiáticos submetidos a jornadas de trabalho elevadas, baixos salários, negação de direitos trabalhistas e exploração de trabalho infantil praticados por essa empresa. Enquanto Steve Jobs é endeusado pelos meios de comunicações e políticos de todo mundo, esqueceram de falar da situação dos trabalhadores nas empresas Apple. Entretanto, parece que o importante é ter os iPhone e iPad ligados e funcionando... Assim é o capitalismo!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CUT lança campanha contra Imposto Sindical e pela Taxa Negocial


A CUT – Central Única dos Trabalhadores lançou nessa quarta (05/10/2011) a campanha nacional pelo fim do Imposto Sindical e pela Taxa Negocial. A campanha visa dialogar com as bases de sindicatos filiados e não são filiados à CUT. Os dirigentes da central, reunidos na 13ª Plenária Nacional da CUT aprovaram a campanha por compreender a necessidade do fim desse imposto como condição para manutenção da autonomia e liberdade sindical no Brasil.

O imposto sindical serve apenas para manter estruturas de sindicatos pelegos, aliados aos patrões e governos para retirar e negar direitos aos trabalhadores. Como o imposto é descontado do salário dos trabalhadores, independente de sua vontade, muitas centrais sindicais pelegas tem fundado sindicatos sem nenhum compromisso com a base de trabalhadores, sobrevivendo apenas do imposto sindical.

Para a CUT, é necessário a substituição do imposto sindical pela taxa negocial. Entretanto, diferente do imposto sindical, a taxa negocial somente será descontado do salário dos trabalhadores depois de aprovada em assembléia da categoria, convocada para tal finalidade. Assim, as direções dos sindicatos terão que, obrigatoriamente, realizar assembléia para prestação de contas das negociações e fazer lutas para avançar nos direitos dos trabalhadores, além de convencer a base do percentual a ser descontado nos salários.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, a campanha é para dialogar com as bases e com os dirigentes e os trabalhadores em geral sobre a importância da ratificação da Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – que trata da liberdade e proteção ao direito de livre organização sindical – e sobre a necessidade de substituir o imposto sindical por uma contribuição negocial definida pelos trabalhadores. Além de inserções na mídia, haverá ainda um abaixo-assinado para ampliar essa campanha e levar esse abaixo-assinado aos sindicatos custistas em todo o Brasil e também para aqueles que não são filiados a central.

Parabéns a CUT! Viva a liberdade e autonomia sindical!