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terça-feira, 22 de maio de 2012

Comissão da Anistia nega indenização a Cabo Anselmo responsável pela morte de mais de 200 opositores da ditadura civil-militar do Brasil

Foto: site Band

A Comissão da Anistia do Ministério da Justiça negou na noite dessa terça (22/05/12) o pedido de reparação ao ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, de 70 anos, conhecido como Cabo Anselmo. Dos 60 mil casos analisados, este foi o primeiro que tratou de um agente duplo, que atuou infiltrado nos movimentos sociais de esquerda para prestar informações ao regime militar. Segundo o Ministério da Justiça, há registros de que informações fornecidas por ele contribuíram para a morte de mais de 200 opositores ao regime civil-militar do Brasil, incluindo militares e a mulher dele, a paraguaia Soledad Viedma, na época, grávida de sete meses.

Anselmo protocolou o pedido de anistia no ministério, alegando que, antes de colaborar com o regime, na década de 1970, foi perseguido, preso e exilado na década de 1960. Ele pediu à Comissão de Anistia uma reparação de R$ 100 mil. O relator do caso, o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e atual presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, votou, no entanto, pelo indeferimento do pedido, avaliando que, além das dúvidas de que Anselmo era agente infiltrado desde o início do regime militar, “não cabe ao Estado, em nenhuma hipótese, reconhecer anistia a pessoa que participou em atos de repressão ilícita e, portanto, não cabe discutir sobre eventuais reparações”.

Durante a ditadura civil-militar do Brasil cabo Anselmo foi preso pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury do Dops. Logo após sua prisão aceitou trabalhar para o Governo Civil-Militar, infiltrando-se em grupos de esquerda e movimentos sindicalistas. Porém, existiriam suspeitas de que antes de 1964, Anselmo já seria um agente infiltrado nesses movimentos e sua função era fornecer informações para os órgãos de repressão do governo. Tal suspeita tem base em depoimentos como o do policial Cecil Borer, ex-diretor do DOPS do Rio de Janeiro. Cecil afirma que Cabo Anselmo já possuía treinamento específico para trabalhos de infiltração antes do golpe militar.

Durante sua atuação como agente da repressão, Anselmo levantou com sucesso uma grande quantidade de dados sobre os movimentos dos guerrilheiros brasileiros, resultando na prisão, morte e tortura de vários de seus integrantes. Entre eles, estava a companheira de Anselmo, Soledad Barrett Viedma, grávida de sete meses. Mesmo assim, Anselmo a entregou para o delegado Sérgio Paranhos Fleury. Mesmo sem resistir a prisão, Soledad torturada e assassinada.

José Anselmo dos Santos é natural de Itaporanga d'Ajuda-Sergipe em entrevista no Programa Canal Livre da TV Bandeirantes disse que não se considerar um traidor. Tachado de traidor, cabo Anselmo diz que traiu sim - a pátria, e não o movimento comunista. O ex-marinheiro teria sido responsável pela morte de todos os integrantes de uma célula da guerrilha da qual ele fazia parte com sua esposa, grávida de sete meses. Ela também morreu no episódio. Na entrevista, ele afirma que não sabia que ela iria morrer. “Em nenhum momento, eu imaginava que o final fosse esse.

Parabéns a Comissão da Anistia do Ministério da Justiça pela decisão, se fez justiça!

Com informações da Agência Brasil, Band e Wikipédia

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